quinta-feira, 11 de dezembro de 2008







Da série "Artifício"-Fotografia com efeito fireworks
Artifício

Depois de adormecer
De repousar no movimento da cidade
Na fuga para o sono
Com os olhos indecisos
Com a permissão para o corpo lento
Não é sonho
Vista da minha janela
Vestida de brillho
Ela está aqui
A minha volta
Maior que nunca
Imensa
Gigante de pedra
Muito menos embrutecida
Disfarçada de cor
Dissimulada
E iluminada
Por suas luzes falsas
Por sua clareza que pouco mostra
Seu momento multicor noturno
A cidade pesca meus olhos
E pisca diante de mim
Em cada feixe de luz
Cada traço de fio
Cada par de janelas
Uma fachada cinza
Uma vida
Que não se reconhece
No meio do enfeite
Da decoração forjada
Da despesa inútil
Da luz que cintila em vão
A cidade pisca incerta
É só ressalva
Apenas acento grave da fantasia
A luz
A vida
E a cidade piscam
Lembrando
Que nada há de gratuidade
Nada dela é presente
Nem a luz do momento
Nem o sol da manhã
Lembro do escuro
Imagino satélites
Penso nos astros celestes....


[Vladso/2008]



domingo, 23 de novembro de 2008

Série Carto[corpo]grafia
Trabalho apresentado na IX Bienal do Recôncavo/Centro Cultural Dannemann-Bahia
(Mapas em papel vegetal s/mapas coloridos, nanquim e pilot color)







“o mapa é aberto, conectável em todas as suas dimensões,
desmontável, reversível, suscetível de receber modificações
constantemente. Ele pode ser rasgado, revertido, adaptar-se a
montagens de qualquer natureza, ser preparado por um individuo,
um grupo, uma formação social. Pode-se desenhá-lo numa parede,
concebê-lo como obra de arte, construí-lo como uma ação política,
uma meditação”. (Deleuze e Guatarri)

Mapas encarnados
Marcas, mapas, matéria corporéa
Vestidos de mapa
Vestígios de corpo
Corpo-cidade aérea
(Vladimir Oliveira)


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

CiC-Cidade Cenário
(Trabalho apresentado no Salão Regional de Artes Visuais da Bahia-Edição Itabuna/2008)




"Cada obra de arte se apresenta, então, como mero fragmento,
uma minúscula peça arbitrariamente recortada de um tecido
infinitamente mais amplo".
(Brissac Peixoto)

"Arquitetura: o que transcende a construção"
(Paulo Casé)

Esta obra integra a série intitulada CiC-Cidade Cenário e pauta-se no jogo relacional entre o olhar, o corpo e a cidade, enquanto campo de afeto visual e conceitual. Em suas três partes, me interessa explorar a idéia de fragmento, instalando uma relação entre a arquitetura urbana e o corpo enquanto matéria dividida, instrumental e fraturada. Para isso são usadas diversas cópias fotográficas retiradas da janela de meu apartamento, a primeira tratando-se de um edifício abandonado ocupado pelo MSTS-Movimento Sem-Teto de Salvador, e a outra do edifício da UERJ no Rio de Janeiro. Estas fotografias são recortadas manualmente tendo cada parte a mesma dimensão. Junto a estes ‘fragmentos de imagem’, é agregado um cubo com faces compostas por fotografias. O jogo proposto é pensar na idéia do olhar que se depara e confronta na contemporaneidade, com a grande dimensão das arquiteturas que ocupam e se instalam em cada pequena porção de espaço na cidade. O olhar que só vê janelas, pilares, andaimes, andares, verticalidades de concreto e ruína, condesadas em corpos de cimento, poeira, ferro e cal. Refletir a arquitetura em sua possibilidade de permanência e no mesmo tempo de fratura e decomposição em que “ruinas e obras se confundem” (Brissac Peixoto). A presença da imagem de um estudo ideal da figura humana, inseri no trabalho esse outro corpo, o dos citadinos, buscando problematizar a relação esvaziada de ‘experiência’ (Benjamim) carnal, corporal, sensorial que estes mantem com o espaço urbano. Arquitetura e corpo se expressam e se refletem matematizados, idealizados, instrumentalizados, condicionados a rigidez, ao endurecimento, reduzidos a projeto e esvaziados de sentido. Corpo e arquitetura se mostram desumanizados e carentes de experiência. Ambos se espelham e se desafiam na urbe contemporânea.

















sábado, 18 de outubro de 2008

“Whitedoor II”
Trabalho selecionado no I Salão Arte e Cidade - Escola de Belas Artes/2008




“A função da arte é construir imagens da cidade que sejam novas, que passem a fazer parte da própria paisagem urbana”.
(Nelson Brissac Peixoto)


A obra apresentada compõe uma série em processo, tendo como enfoque um dispositivo de caráter publicitário e comum à paisagem urbana na contemporaneidade: os outdoors. Trata-se de um exercício fotográfico de captura de outdoors brancos, “whitedoors”, subvertendo a sua função primordial de anunciar, publicar, divulgar algo, resignificando-o a partir da consideração de sua forma como elemento estético e expressivo. Num momento em que o panorama da cidade convida o olhar dos citadinos a perder-se pelos milhares de cartazes, banners, neons, anúncios, panfletos ao vento, configurando a paisagem urbana como um “jornal de serviço”, a oportunidade de encontrar um quadro limpo, um lugar branco na cidade que ainda não esteja coberto pela abundância de “imagem-palavra”, é quase nula. Diante de um horizonte que não se deixa perpassar, da “paisagem que é um muro” (PEIXOTO, 1996), o olhar é um embate. O excesso de matéria visual, o cruzamento de diversos espaços e tempos, suportes e tipos de imagem, os outdoors, com seu extenso alcance visual e seu caráter público, se destaca cada vez mais no “cenário” urbano, também por seu forte apelo visual endereçado a propagação comercial e estimulo ao consumo.
Composta por 48 fotografias (formato 10x15 cm) impressas em papel adesivado, as imagens irão compor um painel de outdoors brancos aplicados manual e diretamente sobre a parede, otimizando-a enquanto suporte para instalação da obra. A composição é elaborada a partir do preenchimento de uma área pela imagem do outdoor branco, e outra pelo próprio “vazio-branco” na parede, culminando em duas áreas brancas. O gesto pretende incitar neste caso, uma reflexão em torno do branco como possibilidade, um elemento caracterizador de ausência, seja de imagem, seja de palavra.

Texto da Organização do Evento


































Intervenção em Fotografia
Publicação-Revista Muito (Jornal A Tarde)
CIDADE ART-12/10/2008 (www.atarde.com.br/muito)






































segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CiC-CidadeCenário
(Composição Fotográfica PB)



Os outdoors se repetem exibindo o "branco"
Os “olhos arquitetônicos” guardam uma paisagem refletida
As sombras evocam uma dimensão solitária e fantasmagórica da cidade.
(Vladimir Oliveira)






Trabalho apresentado no Salão Regional de Artes Visuais da Bahia (Edição Alagoinhas-2008) e na mostra Panorama 2008 - Mostra de Fotografia (MAC-Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira, Feira de Santana-Ba).

domingo, 31 de agosto de 2008



Um dia antes da primavera

Era um vento voraz
Soprava lá fora
Um vento vivo
Um vento violento
Durando alguns segundos
Aqui dentro se sentia algo
alguma coisa
uma montanha
um monte de frases
um tom distante
Chamava
Por dentro
A montanha
No mesmo momento
enquanto o vento
dentro do tempo
pendia folhas
O vento e a montanha
Se juntavam
Se apreciavam
No som
lá de fora
Na voz
aqui dentro
Não se via
Montanha
Nem vento

Crendo ver
Apenas se ouvia.

Vladimir Oliveira/2008



terça-feira, 5 de agosto de 2008

O pássaro :::

O pássaro grandioso
O pássaro brilhante
O pássaro do desejo
E desajeitado
Que tudo quer
Que tudo pensa
E imagina tudo
“Pássaro de muita imaginação”
O pássaro altivo
Não voa muito alto
Não vai muito longe
Ele voa
E logo pensa em retornar
Tão cedo
Tão breve
O medo aparece
Ele teme
Ele entristece
E o vôo é breve
O retorno é rápido
Pássaro medroso
Pássaro fantasioso
Voa com medo
Nem bem abre as asas
Já pensa em voltar...
Vladimir Oliveira

sábado, 26 de julho de 2008


CULTURA
14/07/2008 (16:08) COMENTÁRIOS (0)
Salvador é o foco de mostra fotográfica, na Pierre Verger

A TARDE On Line

"Urbe: vistas e vestígios" é a exposição que o fotógrafo baiano Vladimir Oliveira mostrará, na Galeria Pierre Verger, nos Barris, a partir desta quinta-feira, dia 17, às 19 horas. A mostra reúne 24 fotografias em preto-e-branco e coloridas, foi selecionada pela Fundação Cultural do Estado, através do edital Portas Abertas para Artes Visuais 2007. O fotográfo faz um estudo minucioso sobre a cidade de Salvador por meio de três ensaios, chamados de "Olhai pro Céu-Olhai pro Chão", "Efêmeras e Fluidas". O artista explica que esse trabalho segue uma poética-sensível em contrapartida a lógica de frieza com que nos relacionamos com a cidade. “É necessário passar, circular, mas o circular também denota o transitório, o efêmero, a relação circunstancial e superficial com o espaço”. O artista defende que todos precisam de um momento de pausa para só assim perceber o que a cidade lhes oferece. Todas as imagens brincam com a alternância das coisas e sugerem a presença-ausência, dentro da imagem fotográfica, na medida em que procuram recortar quadros do tempo que se formam e duram naquele curto instante. Sugerem ainda, ressalta Vladimir, “o único e o infinito, a temporalidade da imagem, marca evidente do espaço urbano contemporâneo e presente na cidade de Salvador.

Serviço:
Exposição "Urbe: vistas e vestígios"
Onde: Galeria Pierre Verger (Barris) t 71 3103-4065
Quando: Abertura 17/7, às 19h, visitação de 18/7 a 19/8, seg a sex, das 9h às 21h. Sáb, dom e feriados, das 16h às 21h. Entrada Franca.
Realização: Vladimir Oliveira/FUNCEB
URBE: VISTAS E VESTÍGIOS
"A cidade quer correr. O olhar que passear"
Vladimir Oliveira

Exposição individual na Galeria Pierre Verger, contemplada pelo Edital Portas Abertas para as Artes Visuais, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia.











































quinta-feira, 3 de julho de 2008


“(UR)BE: VISTAS E VESTÍGIOS”


Existem muitos tempos e muitas cidades
O tempo da cidade quer levar o tempo do olhar
O tempo da cidade não é o tempo do olhar

O olhar quer seu tempo
O olhar quer andar devagar
E (di) vagar pela cidade
O olhar quer seguir devagar
A cidade (
transe)ta,

A cidade não quer parar

A cidade corre,

O olhar quer passear.

Vladimir Oliveira

"Cidade Multipli (Cidades)"
Fotografia cedida para ilustração de
capa do Edital Matilde Matos, FUNCEB-BA/2008

segunda-feira, 30 de junho de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Ar quitetura do Tem po