segunda-feira, 15 de junho de 2009







DOCE DE SANTO

Trata-se de uma exposição de um coletivo de artistas de curadoria de Luis Cláudio Campos e José Henrique Barreto pensado para recortar e pontuar fragmentos de vivências da cultura popular. Caracteriza-se como uma mostra processual, pois se inicia com 200 artistas, mas estará aberta a adesão de novos trabalhos até que seja alcançado o número de 365 artistas fazendo a releitura de um mito baiano: uma igreja para cada dia, um santo para cada igreja e um artista para cada dia. Dessa forma os trabalhos apresentados criam possibilidades de complementação na medida em que novas obras são acrescentadas à proposta inicial. O experimento permite estabelecer um diálogo entre a matéria, a idéia e o fazer artístico ao longo do processo criativo: um artista para cada dia do ano e seu olhar diferenciado sobre seu objeto de trabalho. Assim, os artistas integrantes, propiciam um entrelaçamento das suas poéticas visuais, além de possibilitar a interlocução com a vivência de outros pela criação de uma obra processual. Inicialmente foi escolhido trabalhar com os santos Cosme e Damião por estarem associados aos doces e guloseimas distribuídos por ocasião da sua festa, sendo ampliado, posteriormente, para qualquer forma de leitura sobre o “duplo” até as poéticas individuais de cada artista. A mostra é composta de fotografias das obras de arte, aprisionadas em vidros de doce, como compotas. Esta proposta tem voz ampla e aborda repertórios de inteligibilidade de ações que evocam passagens temporalmente construídas na relação com o outro.